segunda-feira, 25 de abril de 2016

QUE PROFESSORES QUEREMOS? - TEREMOS?


Quando o professor se respalda nas tendências liberais corre o risco de imobilizar a reflexão ao reproduzir conteúdos. Muitas vezes o professor nem se questiona sobre o motivo pelo qual o conteúdo ou determinada atividade é elaborada ou executada. O modelo mecânico do professor parece ser repetido, inconscientemente, pelos alunos. É um jogo de falta de autoconsciência e quem perde são as crianças, a sociedade, que jé vive sacrificada pela cegueira, de um lado (cidadãos dominados), e pela maldade/egoísmo de outro (dominantes).

A autoconsciência, informação contextualizada, saber ensinar e aprender, pesquisar e o porquê fazer mune a sociedade de melhores condições de articulação política e social e, confere maior protagonismo a esses indivíduos. É o que ocorre quando a prática docente é pautada na tendência progressista. É o que resta a ser feito para sairmos da crise moral, política e intelectual e educacional... Não sei se é utopia. 

É possível a educação formar atores sociais e não objetos manipulados? Tenho receio de acreditar e me decepcionar lá na frente. Mas certamente, se no futuro não colhermos a mudança de postura necessária, a culpa não vai ser da educação, mas dos gestores da educação pública e privada e também dos Semeadores de Cidadãos Conscientes, comumente desvalorizados e chamados de Guerreiros ou de Professores. O mundo evolui sem jogadores de futebol, mas não sai do lugar sem professor!

O que fazemos para ter os professores que queremos? Quando teremos os professores que o país precisa?
fonte imagem: http://www.noraldinojunior.com.br/wp-content/uploads/2015/12/escola-site.png

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Qual o papel da gramática?


Os professores de português, pelo menos há algumas décadas – parece que está mudando, não é? - ensinam a formação das palavras, a fazer análise sintática, cobram concordância... Mas não situam o que esse estudo significa. Quando eu estudei na escola, parecia um ensino mecânico, sem propósito. Como ter gosto ao ser obrigado a “aprender” algo que parece dissociado do uso? Hoje, parece até absurdo que isso fosse possível porque o ato de se comunicar é quase tão comum como o de respirar.
Segundo Martelotta (2015), Aristóteles já buscava descrever a forma pura e geral do pensamento, não se preocupando com os conteúdos por ela veiculados. E para ele, a linguagem seria uma mera representação e um mundo já pronto, um instrumento para nomear ideias existentes. De acordo com o autor esses princípios são chamados de realismo ou fundacionalismo.
Ao lado da preocupação filosófica, a gramática grega já apresentava uma preocupação normativa. Ou seja, já queria impor um padrão de língua ideal.
Na época medieval, o latim adquiriu mais prestígio por ser adotado pela igreja. Assim, a atitude normativa permanece, mas com o intuito de conservar o latim puro. E assim, a gramática latina serviu de base para várias outras línguas porque indicava status ser parecida com uma língua latina.
A visão aristotélica foi reproduzida mais tarde no século XVII, até perder a força com o surgimento dos linguísticas no século XIX.
Parece que havia um medo de se render às mudanças socioculturais. A língua é um fenômeno sociocultural. Ainda não consigo pensar que uma gramática possa ser separada disso. Mas parece que existia um sentimento de conservação a todo custo.
Será que era para não tornar a língua muito “popularesca”, já que a erudição está ligada a classes mais abastardas??
Creio então que essa primazia pela forma, pela norma, pela regra até em detrimento ao uso deve vir de razões históricas. Não que a Gramática deva ser dispensada. Todo idioma precisa de um parâmetro, de estudos que sejam catalogados – sem dúvida. Mas que essa gramática seja ligada e ensinada ao texto, ao uso. Que a gramática nos sirva, e não o contrário.